15 De Abril de 1864

15 De Abril de 1864

quinta-feira, 12 de junho de 2014

JOANNA DE ÂNGELIS

São bem escassaz as informações sobre a situação atual de Joanna de Ângelis na espiritualidade. Sabemos que trata-se de um Espírito de elevadíssimas aquisições espirituais e que possui profundas raízes literárias e poéticas, como podemos perceber em encarnações anteriores e através de seus livros.
Poucas pessoas sabem, mas Joanna de Ângelis integrou a equipe do Espírito de Verdade quando do trabalho de implantação da Doutrina Consoladora em nosso plano. No livro "Após a Tempestade", em sua última mensagem, Joanna faz uma referência a esta tarefa nos seguintes termos:
"Quando se preparavam os dias da Codificação Espírita, quando se convocavam trabalhadores dispostos à luta, quando se anunciavam as horas preditas, quando se arregimentavam seareiros para Terra, escutamos o convite celeste e nos apressamos a oferecer nossas parcas forças, quanto nós mesmos, a fim de servir, na ínfima condição de sulcadores do solo onde deveriam cair as sementes de luz do Evangelho do Reino."
Após a compilação e organização magistralmente elaborada por Allan Kardec, chegaram à edição final de O Evangelho Segundo o Espiritismo duas mensagens de Joanna de Ângelis, modestamente assinadas como "Um Espírito Amigo":
No Cap. IX, item 7, intitulada "A Paciência", psicografada em Havre, 1862;
No Cap. XVIII, itens 13 e 15, intitulada "Dar-se-á Àquele que Tem", na cidade de Bordéus, também em 1862.
Quanto às suas encarnações passadas, as informações que a espiritualidade e o próprio Espírito nos permitem tomar conhecimento ainda são um pouco vagas. Dentre todas as encarnações de Joanna de Ângelis, foram permitidas a divulgação aqui em nosso plano de apenas quatro, todas marcadas pelo seu exemplo de pungente de humildade e heroísmo:
Joana de Cusa, nos tempos de Cristo;
nome ainda desconhecido, Itália nos tempos de Francisco de Assis;
Sóror Juana Inés de La Cruz, México do século XVII ;
Joana Angélica de Jesus, Brasil do século XIX;

JOANA DE CUSA
Joana era esposa de Cusa, procurador de Herodes Ântipas, o Tetrarca, governador da Galiléia nos tempos de Jesus. Seu esposo não compartilhava de sua fé naquele Homem especial, e portanto, tornou-se fonte de infortúnios e sofrimentos para Joana.
Buscou no Mestre orientações de como proceder frente a seu embate doméstico, ao que ouviu que, ao invés de segui-lO, deverira servi-lO dentro do próprio lar, tornando-se um exemplo de vivência cristã, no atendimento àquele a quem a Providência Divina lhe concedeu a oportunidade de compartilhar a existência terrena: seu esposo.
Mais tarde, tornou-se mãe. Com o passar do tempo, as atribuições foram se avolumando. O esposo, após uma vida tumultuada e inditosa, faleceu, deixando Joana sem recursos e com o filho para criar. Corajosa, buscou trabalhar.
Esquecendo o conforto da nobreza material, dedicou-se aos filhos de outras mães, ocupou-se com os mais subalternos afazeres domésticos, para que seu filhinho tivesse pão. Trabalhou até a velhice. Já idosa, com os cabelos embranquecidos, foi levada ao circo dos martírios, juntamente com o filho moço, para testemunhar o amor por Jesus, o Mestre que havia iluminado a sua vida acenando-lhe com esperanças de um amanhã feliz.
Foi imolada em Roma, no Coliseu, a 27 de Agosto do ano de 68, por não renunciar à sua fé em Jesus, sendo então sacrificada numa fogueira junto a seu filho.
Temos conhecimento, até o presente momento, de três referências literárias existentes sobre Joana de Cusa: duas do evangelista Lucas, e uma do autor espiritual Humberto de Campos, em sua obra Boa Nova.
Na primeira referência, cap 8:2, 3, Lucas relata que Joana foi uma das mulheres seguidoras de Jesus, e que fora curada por Ele, junto com Maria Madalena, Suzana e muitas outras. Na segunda, cap. 24:10, Joana é mencionada entre as mulheres que na manhã de Páscoa encontraram vazio o sepulcro de Jesus.
O Espírito Humberto de Campos, através da mediunidade de Chico Xavier, nos oferece uma excelente fonte de informações sobre Joana de Cusa no capítulo 15 do livro Boa Nova. Veja aqui a transcrição completa do capítulo.

UMA DISCÍPULA DE FRANCISCO DE ASSIS
Francisco de Assis é um dos temas preferidos por Joanna de Ângelis, muitas vezes citado em suas obras, sendo inclusive tema frequente de palestras, seminários e workshops de Divaldo Franco. Podemos abstrair daí que existe, no mínimo, uma admiraçao muito grande de Joanna de Ângelis pela filosofia e obra deste espírito tão único e amoroso que é Francisco de Assis.
Existem informações de que Joanna teria vivido na época de Francisco (1182-1226), sendo possível que tenha sido uma das seguidoras de Clara de Assis (1193-1252), fundadora da Ordem das Clarissas. Contudo, todas as informações referentes a esta encarnação em específico são muito vagas, o que já denota uma certa intenção de não revelar muitos detalhes pela própria Joanna ou pela Espiritualidade.
A sensível admiração de Joanna pelo missionário de Assis nos demonstra que talvez haja uma ligação maior do que nos é permitido tomar conhecimento. Mas com relação a isso, tudo o que se disser a respeito será mera especulação, pois aquilo que servir para nosso crescimento e aproveitamento moral nos será revelado no momento certo, caso contrário, dificilmente tomaremos conhecimento.

SÓROR JUANA INÉS DE LA CRUZ
Joanna renasce em 1651 na pequenina San Miguel Nepantla, a uns oitenta quilômetros da cidade do México, com o nome de Juana de Asbaje Y Ramirez de Santillana, filha de pai basco e mãe indígena. Após 3 anos de idade, fascinada pelas letras, ao ver sua irmã aprender a ler e escrever, engana a professora e diz-lhe que sua mãe mandara pedir-lhe que a alfabetizasse. A mestra, acostumada com a precocidade da criança, que já respondia às perguntas que a irmã ignorava, passa a ensinar-lhe as primeiras letras.
Começou a fazer versos aos 5 anos. Aos 6 anos, Juana dominava perfeitamente o idioma pátrio, além de possuir habilidades para costura e outros afazeres comuns às mulheres da época. Soube que existia no México uma Universidade e empolgou-se com a idéia de no futuro, poder aprender mais e mais entre os doutores. Em conversa com o pai, confidenciou suas perspectivas para o futuro. Dom Manuel, como um bom espanhol, riu-se e disse gracejando: - "Só se você se vestir de homem, porque lá só os rapazes ricos podem estudar." Juana ficou surpresa com a novidade, e logo correu à sua mãe solicitando insistentemente que a vestisse de homem desde já, pois não queria, em hipótese alguma, ficar fora da Universidade.
Na Capital, aos 12 anos, Juana aprendeu latim em 20 aulas, e português, sozinha. Além disso, falava nahuatl, uma língua indígena. O Marquês de Mancera, querendo criar uma corte brilhante, na tradição européia, convidou a menina-prodígio de 13 anos para dama de companhia de sua mulher. Na Corte encantou a todos com sua beleza, inteligência e graciosidade, tornando-se conhecida e admirada pelas suas poesias, seus ensaios e peças bem-humoradas. Um dia, o Vice-rei resolveu testar os conhecimentos da vivaz menina e reuniu 40 especialistas da Universidade do México para interrogá-la sobre os mais diversos assuntos. A platéia assistiu, pasmada, àquela jovem de 15 anos responder, durante horas, ao bombardeio das perguntas dos professores. E tanto a platéia como os próprios especialistas aplaudiram-na, ao final, ficando satisfeito o Vice-rei. Mas, a sua sede de saber era mais forte que a ilusão de prosseguir brilhando na Corte.
A fim de se dedicar mais aos seus estudos e penetrar com profundidade no seu mundo interior, numa busca incessante de união com o divino, ansiosa por compreender Deus através de sua criação, resolveu ingressar no Convento das Carmelitas Descalças, aos 16 anos de idade. Desacostumada com a rigidez ascética, adoeceu e retornou à Corte. Seguindo orientação de seu confessor, foi para a ordem de São Jerônimo da Conceição, que possuia menos obrigações religiosas, podendo ali dedicar-se às letras e à ciência.
Nasceu ali a Sóror Juana Inés de La Cruz, nome religioso adotado pela jovem prodigiosa. Em sua confortável cela, cercada por inúmeros livros, globos terrestres, instrumentos musicais e científicos, Juana estudava, escrevia seus poemas, ensaios, dramas, peças religiosas, cantos de Natal e música sacra. Era freqüentemente visitada por intelectuais europeus e do Novo Mundo, intercambiando conhecimentos e experiências. A linda monja era conhecida e admirada por todos, sendo os seus escritos popularizados não só entre os religiosos, como também entre os estudantes e mestres das Universidades de vários lugares. Era conhecida como a "Monja da Biblioteca". Se imortalizou também por defender o direito da mulher de ser inteligente, capaz de lecionar e pregar livremente.
Em 1695 houve uma epidemia de peste na região. Juana socorreu durante o dia e a noite as suas irmãs religiosas que, juntamente com a maioria da população, estavam enfermas. Foram morrendo, aos poucos, uma a uma das suas assistidas e quando não restava mais religiosas, ela, abatida e doente, tombou vencida, aos 44 anos de idade.

SÓROR JOANA ANGÉLICA DE JESUS
Em 1761, passados então 66 anos do seu regresso à Pátria, na cidade de Salvador (Bahia), Joanna de Ângelis retorna agora como Joana Angélica, filha de uma abastada família.
Aos 21 anos de idade ingressa como franciscana no Convento da Lapa, com o nome de Sóror Joana Angélica de Jesus, fazendo profissão de Irmã das Religiosas Reformadas de Nossa Senhora da Conceição. Foi irmã, escrivã e vigária, sendo que em 1815, tornou-se Abadessa.
No dia 20 de fevereiro de 1822, defendendo corajosamente o Convento, assim como a honra das jovens que ali moravam, foi assassinada por soldados que lutavam contra a Independência do Brasil.
Fonte:http://www.usesaocarlos.com.br/BIOS/joanna.html

Sermão da Montanha


Os talentos que Deus nos deu

Impressionante é a quantidade de bênçãos de que somos dotados. O Criador não mediu esforços para nos dotar de elementos maravilhosos, em prol de nossa própria evolução.

Nós poderemos chamar tudo isso de talentos. Sim, poderíamos chamar tudo isso de talentos.

Jesus Cristo nos trouxe uma parábola que ficou conhecida como a Parábola dos talentos. Nessa parábola, o Mestre nos fala de um senhor muito rígido, muito exigente, que ao fazer uma viagem, deixou com três dos seus servidores uma quantidade de moedas.

Com o primeiro deixou uma quantidade grande, com o segundo outra menor e com o terceiro servidor, deixou uma única moeda.

Ele queria voltar e saber o que é que os seus servidores seriam capazes de fazer com aqueles recursos.

O primeiro, sabendo das características do seu senhor, tratou de multiplicar, de aplicar aqueles recursos.

O segundo fez a mesma coisa. Mas o terceiro, que tinha recebido menos, preocupado com a reação que pudesse ter o seu senhor, caso ele não fizesse o dinheiro progredir, tratou de enterrá-lo, sepultou o talento, o dinheiro.

E quando retorna o senhor, a coisa fica muito interessante. Porque o senhor se dirige ao primeiro, que tinha recebido maior quantidade e vê o quanto ele produzira na sua ausência.

O segundo servidor também aproveitou, aplicou, multiplicou. E o terceiro, exatamente aquele que tinha recebido um talento somente, preocupado, com medo, sepultou, aniquilou o talento.

E, para surpresa de todos, o senhor tratou de abençoar aqueles dois que tinham multiplicado os seus recursos e lamentou aquele que tivesse recebido apenas um, que tinha recebido um só talento e nada fez com esse talento recebido.

E é curiosa a fala de Jesus Cristo, pondo na voz do senhor as Suas advertências: Àquele que mais tem, mais se lhe daráÀquele que nada tem, até o que pensa ter lhe será tirado.

A princípio parece uma medida injusta.Como é que se vai dar mais a quem já tem? Mas a questão é lógica, porque aquele que mais tem, foi o que mais produziu, o que mais e melhor aplicou, o que fez render os recursos do senhor.

E aquele que enterrou a moeda, até a moeda que ele julgava ter não era dele, era um empréstimo do senhor. Até o que ele pensava ter lhe seria retirado.

Na nossa vida na Terra, nós também somos dotados de vários talentos. Cada qual de nós, que nasce no mundo, tem a possibilidade de experimentar talentos variados, oportunidades que nos são concedidas pelo Pai Criador.

Nós somos dotados, por exemplo, do talento da inteligência. Quanta coisa podemos realizar com a nossa inteligência.

O fato de não termos uma deficiência mental, uma doença cerebral, que nos dificulte a atividade mental, que nos dê capacidade de agir, de pensar, de laborar.

É uma bênção a inteligência que temos na Terra. É um talento que deveremos saber multiplicar, aplicar em prol da vida, em prol do bem, em prol das coisas, das pessoas.

Mas temos um outro talento que a vida nos concede no mundo. O dinheiro, por exemplo.

Aquele que tem a oportunidade de nascer em berço de ouro, ou ainda que não seja berço de ouro, mas que tenha facilidade financeira, econômica, facilidade monetária.Em quantas coisas pode transformar esse dinheiro: em escolas, em hospitais, em lares, em oportunidade de estudo, em esportes, em saúde, em bênçãos multiplicadas, sem deixar de usufruir do próprio dinheiro.

Encontramos ainda as bênçãos da cultura. As pessoas que podem viajar, conhecer lugares, aprender coisas. Tudo isso faz com que sua cultura cresça.

Aquelas que têm acesso aos livros, às bibliotecas, aos museus, quanto aprendem e quanto podem fazer com esse aprendizado, socializando a sua cultura.

Os que somos portadores de saúde, ora, a nossa saúde é um talento inimaginavelmente abençoado. Porque a pessoa pode ter dinheiro, pode ter cultura, pode ter inteligência, mas se não for saudável, se não tiver saúde, pode fazer muito pouco com isso tudo que tem.

A saúde então é desses talentos maravilhosos, majestosos, com o qual e a partir do qual poderemos deixar a vida engalanar-se, a vida crescer e nos tornarmos verdadeiramente indivíduos talentosos por saber aplicar as riquezas, as bênçãos que o Criador nos concede.

* * *

No meio de todos esses talentos que nós recebemos do Criador, as oportunidades de vida na Terra com eles, destacamos o talento do poder. Poder em toda linha.

Quem é pai, quem é mãe tem poder. Quem é político, administrador tem poder. Quem dirige uma empresa, um condomínio, tem poder. Nos mais variados níveis, o poder estando em nossas mãos, poderemos fazer dele um bom uso ou um mau uso.

Logo, aqueles que se valem do poder de que são investidos para tripudiar sobre os outros, para infernizar a vida alheia, para tratar mal, para dominar, para machucar, certamente vão dar conta desse talento.

Há talentos que são nossos, coisas que nós já conquistamos como virtudes, como dons que eram, passaram a ser propriedades nossas, como a nossa inteligência, como a nossa cultura.

Nada obstante, há outros talentos que vão ficar no mundo. O dinheiro, o poder, a riqueza em geral, tudo quanto temos, vai ficar no mundo. A única riqueza que levaremos, depois da morte física, é aquela que Jesus Cristo disse que deveríamos fazer questão de conquistar.

Aquela riqueza que o ladrão é incapaz de roubar, a ferrugem não pode corroer, muito menos a traça pode consumir. E uma riqueza com essas características só pode ser a riqueza da alma. Todas as demais são coisas, são objetos, são valores que ficam no mundo, porque ao mundo pertencem.

Desse modo, os nossos talentos devem ser utilizados para o bem da vida. Não foi à toa que Cristo nos propôs aprendêssemos a fazer amigos com as riquezas do mundo.Quantas vezes somos portadores de riquezas no mundo e de riquezas do mundo e não conseguimos fazer nada por ninguém.

Usufruímos, apenas usufruímos egoisticamente, fechados em copas. Usufruímos, aproveitamos, mas não conseguimos socializar com ninguém uma moeda, uma palavra, uma oportunidade com quer que seja.

E assim, costumamos sair da Terra com muitos comprometimentos. Porque nós estamos aqui exatamente para saber utilizar os talentos que Deus nos deu. Cada qual tem o seu.

Imaginemos a criatura que sabe pintar um quadro a óleo, um quadro a nanquim, quanta beleza expressa numa tela. Poderemos desenvolver em nome dos nossos talentos.

Imaginemos quantas crianças poderiam ter material escolar. Não poderiam faltar à escola, se nós ajudássemos com um kit de material escolar, no início das aulas. Com o uniforme, com a merenda escolar, com recurso para sua passagem.

Nós podemos fazer tanto bom uso dos valores que temos.Imaginemos alguém que cante, que tenha uma voz maviosa, usando esses recursos para embelezar a vida, para adocicar os ouvidos da Humanidade.

É natural que vai ganhar o que merece, o que precisa para viver, mas a sua arte, o seu canto serão as expressões de Deus para embalar as lutas, as dores e as alegrias humanas. Nossos talentos não devem ser desperdiçados.

Mas há um talento notável que muita gente não dá importância.É o talento da crença, da fé religiosa. Muita gente afirma que pode viver no mundo sem religião. Que a religião não lhe faz nenhuma falta, o que admitimos ser improvável.

A religião nos faz muita falta. Notamos que muita gente não freqüenta a igreja, não vai a templos, não participa de nenhum culto, mas tem o amor pela Humanidade, dedica-se a servir a Humanidade.

Empresta seu tempo, suas mãos, sua inteligência, seu dinheiro, seu poder em prol de grupos humanos. Dedicam-se aos vegetais, a resguardar os mananciais, a tratar dos animais, a cuidar de crianças órfãs, de velhos abandonados, de doentes mentais, psiquiátricos, de doentes com lesões físicas. Essa é a sua religião.

Vale lembrar que um dia, depois que Madre Tereza de Calcutá retirou das lixeiras de Calcutá um homem, nas bordas da agonia da morte, fê-lo banhado e o colocou numa cama digna, para que ele ali morresse. Ele lhe tomou das mãos e lhe perguntou, em lágrimas:

Qual é, senhora, a sua religião?

E Madre Tereza lhe respondeu, marejada de emoção:

A minha religião é você.

E qual é o Deus ao qual a senhora serve?

Meu Deus é você.

Logo, transformar a nossa religiosidade em amor ao próximo é algo indizivelmente grandioso, que faz com que aprendamos a valorizar os talentos que Deus nos deu; a dignificar os talentos que vamos levar para depois da morte. 

Transcrição do Programa Vida e Valores, de número 119, apresentado por Raul Teixeira, sob coordenação da Federação Espírita do Paraná. Programa gravado em outubro de 2007. Exibido pela NET, Canal 20, Curitiba, no dia 13.07.2008. 
Em 09.09.2008.
Fonte: www.feparana.com.br

domingo, 8 de junho de 2014


                Podemos dividir as matérias contidas nos Evangelhos em cinco partes: os atos comuns da vida do Cristo; os milagres; as profecias; as palavras que serviram para o estabelecimento dos dogmas da Igreja; oensino moral. Se as quatro primeiras partes têm sido objeto de discussões, a última permanece inatacável. Diante desse código divino, a própria incredulidade se curva. É o terreno em que todos os cultos podem encontrar-se, a bandeira sob a qual todos podem abrigar-se, por mais diferentes que sejam as suas crenças. Porque nunca foi objeto de disputas religiosas, sempre e por toda parte provocadas pelos dogmas. Se o discutissem, as seitas teriam, aliás, encontrado nele a sua própria condenação, porque a maioria delas se apegaram mais à parte mística do que à parte moral, que exige a reforma de cada um. Para os homens, em particular, é uma regra de conduta, que abrange todas as circunstâncias da vida privada e pública, o princípio de todas as relações sociais fundadas na mais rigorosa justiça. É, por fim, e acima de tudo, o caminho infalível da felicidade a conquistar, uma ponta do véu erguida sobre a vida futura. É essa parte que constitui o objeto exclusivo desta obra.
                Todo o mundo admira a moral evangélica; todos proclamam a sua sublimidade e a sua necessidade; mas muitos o fazem confiando naquilo que ouviram, ou apoiados em algumas máximas que se tornaram proverbiais, pois poucos a conhecem a fundo, e menos ainda a compreendem e sabem tirar-lhe as conseqüências. A razão disso está, em grande parte, nas dificuldades apresentadas pela leitura do Evangelho, ininteligível para a maioria. A forma alegórica, o misticismo intencional da linguagem, faz que a maioria o leia por desencargo de consciência e por obrigação, como lê as preces sem as compreender, o que vale dizer sem proveito. Os preceitos de moral, espalhados no texto, misturados com as narrativas, passam desapercebidos. Torna-se impossível apreender o conjunto e fazê-los objeto de leitura e meditação separadas.
                Fizeram-se, é verdade, tratados de moral evangélicos, mas a adaptação ao estilo literário moderno tira-lhe a ingenuidade primitiva, que lhe dá, ao mesmo tempo, encanto e autenticidade. Acontece o mesmo com as máximas destacadas, reduzidas a mais simples expressão proverbial, que não passam então de aforismos, perdendo uma parte de seu valor e de seu interesse, pela falta dos acessórios e das circunstâncias em que foram dadas.
                Para evitar esses inconvenientes, reunimos nesta obra os trechos que podem constituir, propriamente falando, um código de moral universal, sem distinção de cultos. Nas citações, conservamos tudo o que era de utilidade ao desenvolvimento do pensamento, suprimindo apenas as coisas estranhas ao assunto.Além disso, respeitamos escrupulosamente a tradução original de Sacy, assim como a divisão por versículos. Mas,em vez de nos prendermos a uma ordem cronológica impossível, e sem vantagem real em semelhante assunto, as máximas foram agrupadas e distribuídas metodicamente segundo a sua natureza, de maneira a que umas se deduzam das outras, tanto quanto possível. A indicação dos números de ordem dos capítulos e dos versículos permite recorrer à classificação comum, caso se julgue conveniente.
                Esse seria apenas um trabalho material, que por si só não teria mais do que uma utilidade secundária. O essencial era pô-lo ao alcance de todos, pela explicação das passagens obscuras e o desenvolvimento de todas as suas conseqüências, com vistas à aplicação às diferentes situações da vida. Foi o que procuramos fazer, com ajuda dos bons Espíritos que nos assistem.
                Muitas passagens do Evangelho, da Bíblia, e dos autores sagrados em geral são ininteligíveis, e muitas mesmo parecem absurdas, por falta de uma chave que nos dê o seu verdadeiro sentido. Essa chave está inteirinha no Espiritismo, como já se conversaram os que estudaram seriamente a doutrina, e como ainda melhor se reconhecerá mais tarde. O Espiritismo se encontra por toda parte, na antiguidade, e em todas as épocas da humanidade. Em tudo encontramos os seus traços, nos escritos, nas crenças e nos monumentos, e é por isso que, se ele abre novos horizontes para o futuro, lança também uma viva luz sobre os mistérios do passado.
                Como complemento de cada preceito, damos algumas instruções, escolhidas entre as que foram ditadas pelos Espíritos em diversos países, através de diferentes médiuns. Se essas instruções tivessem surgido de uma fonte única, poderiam ter sofrido uma influência pessoal ou do meio, enquanto a diversidade de origens prova que os Espíritos dão os seus ensinamentos por toda parte, e que não há ninguém privilegiado a esse respeito.(1)      
                Esta obra é para o uso de todos; cada qual pode dela tirar os meios de conformar sua conduta à moral do Cristo. Os espíritas nela encontrarão, além disso, as explicações que lhes concernem mais especialmente. Graças às comunicações estabelecidas, de agora em diante, de maneira permanente, entre os homens e o mundo invisível, a lei evangélica, ensinada a todas as nações pelos próprios espíritos, não será mais letra morta, porque cada qual a compreenderá, e será incessantemente solicitado a pô-la em prática, pelos conselhos de seus guias espirituais. As instruções dos Espíritos são verdadeiramente as vozes do céu que vêm esclarecer os homens e convidá-los à prática do Evangelho.





(1)  Poderíamos dar, sem dúvida, sobre cada assunto, maior número de comunicações obtidas numa multidão de outras cidades e centros espíritas, além dos que citamos. Mas quisemos, antes de tudo, evitar a monotonia das repetições inúteis, e limitar a nossa escolha às que, por seu fundo  e por sua forma, cabem mais especialmente no quadro desta obra, reservando para publicações posteriores as que não entraram aqui.
Quanto aos médiuns, deixamos de citá-los. Na maioria, em virtude de seus próprios pedidos, e depois, porque não convinha fazer exceções. Os nomes dos médiuns não acrescentariam, aliás, nenhum valor à obra dos Espíritos. Sua citação seria apenas uma satisfação do amor próprio, pela qual os médiuns verdadeiramente sérios não se interessam . Eles compreendem que, sendo puramente passivo seu papel, o valor das comunicações não aumenta em nada o seu mérito pessoal, e que seria pueril envaidecerem-se de um trabalho intelectual a que prestam apenas o seu concurso mecânico.

http://evangelhoespirita.wordpress.com/introducao/i-objetivo-desta-obra/

Prefácio

Os Espíritos do Senhor, que são as virtudes dos céus, como um imenso exército que se movimenta, ao receber a ordem de comando, espalham-se sobre toda a face da Terra. Semelhantes a estrelas cadentes, vêm iluminar o caminho e abri os olhos aos cegos.
Eu vos digo, em verdade, que são chegados os tempos em que todas as coisas devem ser restabelecidas no seu verdadeiro sentido, para dissipar as trevas, confundir os orgulhosos e glorificar os justos.
As grandes vozes do céu ressoam como o toque da trombeta, e os coros dos anjos se reúnem. Homens, nós vos convidamos ao divino concerto: que vossas mãos tomem a lira, que vossas vozes se unam, e, num hino sagrado, se estendam e vibrem, de um extremo do Universo ao outro.
Homens, irmãos amados, estamos juntos de vós. Ama-vos também uns aos outros, e dizei, do fundo de vosso coração, fazendo a vontade do Pai que está no Céu: “Senhor! Senhor!” e podereis entrar no Reino dos Céus.

O ESPÍRITO DE VERDADE
 
 
Nota: A instrução acima, transmitida por via mediúnica, resume ao mesmo tempo o verdadeiro caráter do Espiritismo, e o objetivo desta obra. Por isso, foi aqui colocada como prefácio.

 
http://evangelhoespirita.wordpress.com/about/prefacio/
Este livro foi publicado, inicialmente, com o título de Imitação do Evangelho. Kardec explica o seguinte: Mais tarde, por força das observações reiteradas do Sr. Didier e de outras pessoas, mudei-o para Evangelho Segundo o Espiritismo” . Trata-se do desenvolvimento dos tópicos religiosos de O Livro dos Espíritos, e representa um manual de aplicação moral do Espiritismo.
A 9 de agosto de 1863, Kardec recebeu uma comunicação dos seus Guias, sobre a elaboração deste livro. A comunicação assinalava o seguinte: “Esse livro de doutrina terá influência considerável, porque explana questões de interesse capital. Não somente o mundo religioso encontrará nele as máximas de que necessita, como as nações, em sua vida prática, dele haurirão instruções excelentes. Fizeste bem ao enfrentar as questões de elevada moral prática, do ponto de vista dos interesses gerais, dos interesses sociais e dos interesses religiosos”.
Em comunicação posterior, a 14 de setembro de 1863, declaravam os Guias de Kardec: “Nossa ação, principalmente a do Espírito da Verdade, é constante ao teu redor, e de tal maneira, que não a podes negar. Assim não entrarei em detalhes desnecessários, sobre o plano da tua obra, que, segundo os meus conselhos ocultos, modificaste tão ampla e completamente”. Logo adiante acentuavam: “Com esta obra, o edifício começa a libertar-se dos andaimes, e já podemos ver-lhe a cúpula a desenhar-se no horizonte”.
Estas comunicações, cuja leitura completa pode ser feita em Obras Póstumas, revelam-nos a importância fundamental de O Evangelho Segundo o Espiritismo, na Codificação Kardeciana. Enquanto O Evangelho dos Espíritos nos apresenta a Filosofia Espírita em sua inteireza e O Livro dos Médiuns, a Ciência Espírita em seu desenvolvimento, este livro nos oferece a base e o roteiro da Religião Espírita.
Livro de cabeceira, de leitura diária obrigatória, de leitura preparatória de reuniões doutrinárias, deve ser encarado também como livro de estudo, para melhor compreensão da Doutrina. A comunicação do Espírito da Verdade, colocada como prefácio, deve ser lida atentamente pelos estudiosos, pois cada uma de suas frases tem um sentido mais profundo do que parece à primeira leitura.
A Introdução e o Capítulo I constituem verdadeiro estudo sobre a natureza, o sentido e a finalidade do Espiritismo. Devem ser estudados atenciosamente, e não apenas lidos. Formam uma peça de grande valor para a verdadeira compreensão da Doutrina.

JOSÉ HERCULANO PIRES
Tradutor

sexta-feira, 6 de junho de 2014

O Evangelho Segundo o Espiritismo

Este blogue destina-se ao estudo, debate e divulgação do Evangelho Segundo o Espiritismo. Muitas são as pessoas que leêm mas, não conseguem compreender ou gostariam de poder conversar a respeito das mensagens contidas nesta obra. Fisicamente, as barreiras físicas da distância nos impedem de estarmos juntos mas, graças a internet podemos estudar todos juntos a respeito desta obra que vem a ser um dos pilares do Espiritismo. Desde já sinta-se convida a participar deste estudo junto com todos nós.